domingo, 4 de abril de 2010

Armando Nogueira: um mestre da palavra escrita e falada



LUTO NACIONAL: perdemos ARMANDO NOGUEIRA

Numa hora dessas, como diria meu pai, “fico com as carnes tremendo”, de tanto sentimento! A notícia mais indesejável, de hoje, é que o Jornalista Armando Nogueira morreu! Ele não era imortal, mas deveria ser. Por uma razão simples: ARMANDO NOGUEIRA era amado por todo o Brasil! Um exemplo excepcional de intelectual. A um tempo, Jornalista, escritor, poeta! Mais ainda: um homem manso, franco, sério, firme, generoso, culto, filósofo, bem humorado, delicado. Um homem de bem! Um homem educado!

Entendia de futebol com exponencial profundidade: seus comentários encantavam e instruíam porque primavam pela objetividade, precisão, análise minuciosa de sutilezas que só alguém, com aquela imparcialidade e percepção poética era capaz de VER, SENTIR e REPARTIR com seus ouvintes, leitores e, filhos seus, como se sentia e ainda mais agora se sente o Pedro Bial, que leva muito o jeito dele. Não é exagero!

Costumo, ao escrever e nas palestras em defesa da Transposição de água do “Velho Chico” para o semi-árido do NE setentrional, não livrar a cara de quem que, por má fé, falta de patriotismo e mesquinharia cívica, era –ou ainda é-, contra a Transposição! Fico indignado porque não é aceitável que um brasileiro normal, esclarecido, honesto, seja contra a Transposição! E, como jornalista, desço o porrete!

É claro que, numa hora dessas, tocado pela lembrança do exemplo de profissional, de vida e de MESTRE, de Armando Nogueira, se eu tivesse que defender aquela humanitária realização, a TRANSPOSIÇÃO, decerto a lembrança dele me faria mudar o tom, isto é, sem deixar de ser firme, duro, preciso, honesto e veemente, com certeza haveria de encontrar palavras, modo e estilo, capazes de não “fulminar” MAS, QUEM SABE?, lograria convencer o criticado e até trazê-lo para o lado certo! Armando Nogueira era assim, um exemplo único de brasileiro simples, austero, pacífico. Era brasileiro, do Território do Acre.

Não tinha diploma, todavia, um SENHOR JORNALISTA! Porque alguém como ele, não carece de nenhum diploma! Ele era, antes de tudo, a expressão singela mais ostensiva de títulos que, diríamos nós cristãos, o tornariam UM SANTO! A tal ponto que, hoje, quem gosta de leitura, de poesia e de futebol, curte uma saudade de alguém que foi exemplo digno de ser seguido, na hora em que o Brasil mais precisa de gente como ele: rica de cultura, plena de alegria e, sobretudo, energicamente HONESTA!



Adeus meu patrício ARMANDO NOGUEIRA!

_________________________________________
Nota: Texo publicado no  Abelhudo, em 29/03/2010

2 comentários:

  1. Faltou mencionar que Seu Armando também era um exímio piloto de aviões. E sem essa de 'adeus': Armando Nogueira será, sempre, eterno...

    ResponderExcluir
  2. Faltou mencionar que Seu Armando também era um exímio piloto de aviões. E sem essa de 'adeus': Armando Nogueira será, sempre, eterno...

    ResponderExcluir